domingo, 21 de outubro de 2007

Vinda da Coroa Portuguesa para o Brasil

Um pouco de Portugal

Portugal, é um pequeno país que possui basicamente três regiões geográficas bastante distintas:

O Norte é a região montanhosa, tendo na Serra da Estrela suas maiores altitudes. Essa região é cortada pelo caudaloso rio do Douro, cujas margens pedregosas secularmente serviram para a produção de excelentes uvas, e tornou o destino do norte ligado à produção de um vinho mundialmente reconhecido o vinho do Porto.

O Centro do país também possui um rio, o Tejo, largo e profundo foi uma importante rota de comércio, ligando o Atlântico ao interior da Península Ibérica. O litoral central de Portugal permitiu o estabelecimento de portos naturais, sendo que da marina de Lisboa partiram as caravelas dos descobrimentos. Graças a esse fator, desde cedo Lisboa abrigou a Coroa Portuguesa tornando-se o centro administrativo do país.

O Sul, conhecido como a região do Algarve tem clima quente, lindas paisagens litorâneas e largas planícies cobertas de campos de oliveiras e sobreiros, árvore que fornece a cortiça.

A economia de Portugal

Historicamente a economia de Portugal esteve ligada à produção e comércio do vinho do Porto, e após 1500, ao comércio das riquezas trazidas de suas colônias ultra marinhas – as especiarias. A Inglaterra se tornou o principal parceiro comercial e, em 1703 os dois países assinam o Tratado de Methuen (ou dos panos e vinhos) determinando que a Inglaterra compraria sem a cobrança de impostos os vinhos portugueses, e Portugal importariam tecidos de lã ingleses.

Embora inicialmente esse tratado fosse positivo para Portugal, ao longo do tempo levou as manufaturas lusitanas à falência. Por isso, durante séculos a principal fonte de riqueza de Império foram suas colônias americanas, africanas e asiáticas. Além de impedir o desenvolvimento manufatureiro português, esse Tratado também fez crescer as dívidas e Portugal, pois a entrada de manufaturados era maior e mais custosa do que a venda de vinhos. Parte dessas dívidas era paga com as próprias riquezas trazidas das colônias.

A dependência portuguesa em relação à Inglaterra foi notada de forma mais ostensiva depois que Napoleão impõe à Europa o Bloqueio Continental. Portugal tinha medo de aceitando o Bloqueio ver sua ricas colônias invadidas pelas esquadras navais inglesas. Ao mesmo tempo sofria constantes ameaças da França, que invadia e humilhava todos os países inimigos.

Diplomacia portuguesa no início do séc XIX.

Para evitar um confronto direto com a França, D. João, príncipe regente lusitano, pede a todos os ingleses que se retirem do território português. Com isso ilude Napoleão, que imagina um rompimento entre Inglaterra e Portugal. Porém, o comércio entre as duas nações permanece intacto. Essa manobra diplomática garante à Coroa portuguesa tempo suficiente para preparar-se para uma possível invasão francesa.

D. João manda que caravelas sejam carregadas com tudo de valioso que a Coroa possuísse - documentos, jóias, móveis, roupas e mantimentos. Quando Napoleão percebe que está sendo iludido e decide invadir o país pelas planícies do Algarve, a Coroa portuguesa embarca nas naus que escoltadas por frotas navais inglesas, transfere toda a nobreza para o Brasil.

Ao chegar em Lisboa, Napoleão não encontra nada de valioso, apenas o povo pobre que atônito vê, sem nenhuma resistência, o país passar para o domínio Francês.

Portugal só é libertado da França em 1810, graças aos exércitos ingleses que vencem a França em batalhas navais. Mesmo assim, o rei de Portugal permanece no Brasil até 1821.

Conseqüências da Fuga da Coroa Portuguesa.

Embora criticado por muitos, fugindo de Portugal D. João garante a manutenção do Império, os acordos diplomáticos e econômicos com a Inglaterra, e o rei escapa de ser preso ou humilhado como tinha acontecido em outros países.

Para Portugal as conseqüências foram mais graves: o país deixou de ser o centro do império lusitano; as riquezas das colônias não garantiam mais o bem estar de sua população; e depois da expulsão dos franceses, durante anos o país foi administrado por representantes ingleses.

A crise que se abateu sobre o país vai provoca a eclosão de uma revolução – a chamada Revolução do Porto – que acabou com a monarquia absolutista em Portugal.

Um comentário:

Anônimo disse...
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