domingo, 21 de outubro de 2007

A Coroa Portuguesa no Brasil

A viagem da Coroa portuguesa para o Brasil foi bastante difícil. No meio do caminho a esquadra portuguesa enfrentou tormentas, e em alguns momentos esteve ameaçada de naufragar, porém, em janeiro de 1808 a nau que trazia D. João e seus dois filhos, Pedro e Miguel, aportou em Salvador. O rei permaneceu em Salvador por um mês, período no qual assina o seu primeiro ato político no novo mundo: Abre os portos brasileiros para os navios das nações amigas. Esse ato determina o fim do Pacto Colonial, uma vez que a colônia teria liberdade de comerciar diretamente com outras nações, especialmente com a Inglaterra.

Apesar dos apelos locais, o rei se despede de Salvador e em março chega ao Rio de Janeiro, onde estabelece a sede de seu governo. Embora importante porto colonial, a cidade do Rio quase não possuía infra-estrutura urbana, poucas ruas eram calçadas, o abastecimento de água era feito nos chafarizes, para onde escravos diariamente se dirigiam a fim de recolher a água necessária para o dia, a maioria das casas eram feitas de taipa.

Para a chegada da família real, as melhores casas da cidade foram confiscadas, e seus ilustres moradores delas expulsos, podendo levar apenas os objetos de uso pessoal. Esse fato já dava o tom do que seria a estada da Coroa Portuguesa na Colônia.

Como a intenção do rei era permanecer no Brasil por um longo período, por isso, ainda em 1808, D. João iniciou o processo de melhoria na cidade do Rio de Janeiro:

· Autorizou a instalação de manufaturas na colônia.

· Fundou a Impressão Régia; o Banco do Brasil e a casa da moeda;

· Criou tribunais de justiça;

· Calçou ruas;

· Instalou a primeira rede de água encanada na cidade;

· Fundou a primeira faculdade de medicina do Brasil;

· Trouxe missões artísticas,;

· Criou o Jardim Botânico; entre outras coisas.

Em 1810, D. João assina com a Inglaterra o Trato de Comércio e Navegação, estabelecendo que os produtos ingleses pagariam taxas de importação para a Coroa Portuguesa no valor de 15%, Portugal pagaria impostos de 16% e os demais países 24%. Esse acordo aumentou a dependência da economia portuguesa em relação à Inglaterra.

Também foi assinado o Tratado de Aliança e Amizade de caráter mais político estabelecia o fim da Santa Inquisição no Império português, o compromisso de Portugal para acabar com a escravidão e aos cidadãos ingleses o direito de extraterritorialidade, ou seja que eles só poderiam ser julgados por leis, juízes e tribunais ingleses.

Outro ato importante foi a elevação do Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarve, em 1815. Essa decisão praticamente tornou o Brasil independente da antiga metrópole, estando a ela unida apenas pelo reinado do mesmo rei. Enquanto os brasileiros comemoravam a sua nova condição de ex-colônia, em Portugal começaram a surgir movimentos de desaprovação ao governo de D. João VI.

Embora o Rio de Janeiro abrigasse a Coroa Portuguesa e o Brasil já gozasse de grande liberdade administrativa e política, nem todas as regiões brasileiras estavam satisfeitas, pois os recursos arrecadados eram aplicados principalmente na urbanização e desenvolvimento do centro-sul do país.

Por isso, em 1817 estoura em Pernambuco o principal movimento de contestação ao poder central – a Revolução Pernambucana, que de forma brutal e rápida foi reprimida, praticamente dois meses depois de seu início.

Enquanto esteve no Brasil, D. João ainda se envolveu em duas guerras com nações estrangeiras: Em 1808 invade a Guiana Francesa, mantida sob domínio português até 1817. Mais tarde em 1821, conquista o atual território do Uruguai, na época chamada de Província Cisplatina pertencente à Espanha. Essa expansão para o sul foi devido ao apoio dado pela Espanha a Napoleão, na época da invasão francesa sobre Portugal. Além disso a região do Plata era importante área comercial, fazendo com que o Brasil se empenhasse em manter seu domínio até 1825.

À medida que o tempo passava, os portugueses exigiam com mais vigor o retorno da Coroa à Europa, porém sem ver nenhuma iniciativa do rei nesse sentido. Foi então que a burguesia portuguesa em 1820 decide fazer um movimento revolucionário – a Revolução Liberal do Porto.

As principais reivindicações da Revolução do Porto eram:

· O retorno imediato da família real para Portugal;

· A instituição de uma Monarquia Constitucional;

· A recolonização do Brasil.

Apesar de ser um movimento de elite, a Revolução Liberal do Porto tinha o apoio popular, pois Portugal vivia uma grave crise econômica desde a transferência da família real para o Brasil. Assim, D. João é forçado a voltar para Lisboa, deixando no Brasil seu filho mais velho, D. Pedro como príncipe regente. Dessa maneira pretendia satisfazer o desejo dos portugueses e, ao mesmo tempo, acalmar os ânimos dos brasileiros que não aceitavam a tentativa de recolonização imposta pelas Cortes (parlamento) portuguesas.

A permanência de D. João no Brasil foi fundamental para manter o império português unificado durante os 13 anos de anos em que residiu no Rio de janeiro. Por outro lado as mudanças no âmbito político e administrativo que ocorreram no Brasil, enquanto o Rio de Janeiro foi a capital foi a sede do Império, fez crescer o sentimento nacionalista entre os brasileiros.

A Sociedade Brasileira no Século XIX

Se a transferência da família real impulsionou o desenvolvimento urbano, administrativo e político do Brasil, o mesmo não se pode dizer sobre as características da sociedade. O Brasil do séc. XIX continuou sustentado pelo trabalho escravo, pelo massacre de populações indígenas e pela exploração predatória das riquezas nacionais.

Essa realidade, distante dos contos de fada, ficou registrada nas várias obras artísticas de pintores que visitaram o Brasil a convite de D. João. As ruas do Rio de Janeiro repletas de escravos realizando as mais diversas atividades, e mesmo sendo castigados em público para servirem de exemplo; a captura de índios que seriam submetidos a uma vida miserável. Ao mesmo tempo em que uma minoria branca, de origem européia divertia-se em bailes ou lutava pela atenção do monarca. A preocupação com o desenvolvimento do país, estava longe de atender as necessidades da maioria da população. E nem mesmo as excursões científicas e as crônicas dos viajantes estrangeiros, sensibilizaram a elite da época.

As mulheres também não tinham muita liberdade, pois a sociedade machista reservava a elas um papel secundário na vida social. Foram poucas as mulheres que se destacaram por seus feitos, como a princesa (e depois imperatriz) Leopoldina, culta e dedicada aos problemas políticos e sociais do Brasil; ou Maria Quitéria, heroína nas lutas pela independência brasileira.

Enfim, o Brasil do séc XIX herdava as mesmas diferenças sociais e injustiças do período colonial, fato esse que marcaria o destino do país até os dias de hoje.

Vinda da Coroa Portuguesa para o Brasil

Um pouco de Portugal

Portugal, é um pequeno país que possui basicamente três regiões geográficas bastante distintas:

O Norte é a região montanhosa, tendo na Serra da Estrela suas maiores altitudes. Essa região é cortada pelo caudaloso rio do Douro, cujas margens pedregosas secularmente serviram para a produção de excelentes uvas, e tornou o destino do norte ligado à produção de um vinho mundialmente reconhecido o vinho do Porto.

O Centro do país também possui um rio, o Tejo, largo e profundo foi uma importante rota de comércio, ligando o Atlântico ao interior da Península Ibérica. O litoral central de Portugal permitiu o estabelecimento de portos naturais, sendo que da marina de Lisboa partiram as caravelas dos descobrimentos. Graças a esse fator, desde cedo Lisboa abrigou a Coroa Portuguesa tornando-se o centro administrativo do país.

O Sul, conhecido como a região do Algarve tem clima quente, lindas paisagens litorâneas e largas planícies cobertas de campos de oliveiras e sobreiros, árvore que fornece a cortiça.

A economia de Portugal

Historicamente a economia de Portugal esteve ligada à produção e comércio do vinho do Porto, e após 1500, ao comércio das riquezas trazidas de suas colônias ultra marinhas – as especiarias. A Inglaterra se tornou o principal parceiro comercial e, em 1703 os dois países assinam o Tratado de Methuen (ou dos panos e vinhos) determinando que a Inglaterra compraria sem a cobrança de impostos os vinhos portugueses, e Portugal importariam tecidos de lã ingleses.

Embora inicialmente esse tratado fosse positivo para Portugal, ao longo do tempo levou as manufaturas lusitanas à falência. Por isso, durante séculos a principal fonte de riqueza de Império foram suas colônias americanas, africanas e asiáticas. Além de impedir o desenvolvimento manufatureiro português, esse Tratado também fez crescer as dívidas e Portugal, pois a entrada de manufaturados era maior e mais custosa do que a venda de vinhos. Parte dessas dívidas era paga com as próprias riquezas trazidas das colônias.

A dependência portuguesa em relação à Inglaterra foi notada de forma mais ostensiva depois que Napoleão impõe à Europa o Bloqueio Continental. Portugal tinha medo de aceitando o Bloqueio ver sua ricas colônias invadidas pelas esquadras navais inglesas. Ao mesmo tempo sofria constantes ameaças da França, que invadia e humilhava todos os países inimigos.

Diplomacia portuguesa no início do séc XIX.

Para evitar um confronto direto com a França, D. João, príncipe regente lusitano, pede a todos os ingleses que se retirem do território português. Com isso ilude Napoleão, que imagina um rompimento entre Inglaterra e Portugal. Porém, o comércio entre as duas nações permanece intacto. Essa manobra diplomática garante à Coroa portuguesa tempo suficiente para preparar-se para uma possível invasão francesa.

D. João manda que caravelas sejam carregadas com tudo de valioso que a Coroa possuísse - documentos, jóias, móveis, roupas e mantimentos. Quando Napoleão percebe que está sendo iludido e decide invadir o país pelas planícies do Algarve, a Coroa portuguesa embarca nas naus que escoltadas por frotas navais inglesas, transfere toda a nobreza para o Brasil.

Ao chegar em Lisboa, Napoleão não encontra nada de valioso, apenas o povo pobre que atônito vê, sem nenhuma resistência, o país passar para o domínio Francês.

Portugal só é libertado da França em 1810, graças aos exércitos ingleses que vencem a França em batalhas navais. Mesmo assim, o rei de Portugal permanece no Brasil até 1821.

Conseqüências da Fuga da Coroa Portuguesa.

Embora criticado por muitos, fugindo de Portugal D. João garante a manutenção do Império, os acordos diplomáticos e econômicos com a Inglaterra, e o rei escapa de ser preso ou humilhado como tinha acontecido em outros países.

Para Portugal as conseqüências foram mais graves: o país deixou de ser o centro do império lusitano; as riquezas das colônias não garantiam mais o bem estar de sua população; e depois da expulsão dos franceses, durante anos o país foi administrado por representantes ingleses.

A crise que se abateu sobre o país vai provoca a eclosão de uma revolução – a chamada Revolução do Porto – que acabou com a monarquia absolutista em Portugal.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Governo de Napoleão

Napoleão nasceu em 1769, na ilha de Córsega, localizada entre a França e a Itália. Sua família pertencia à nobreza decadente da região. Seu pai passando por dificuldades financeiras e não vislumbrando outra opção, interna Napoleão na escola militar de Brienne.

Quando Napoleão tinha apenas 20 anos, estoura a Revolução Francesa e como todos os outros estudantes é enviado para os campos de batalha. Nessas ocasiões ele se destaca pela enorme capacidade de elaborar estratégias de combate e rapidamente chega ao posto de general, com apenas 27 anos.

Além de grande estrategista, Napoleão conquista a admiração e apoio de seus subordinados, pois vai para os confrontos ao lado os soldados, arriscando também sua vida.

Durante o período revolucionário algumas batalhas tornam Napoleão nacionalmente reconhecido, entre as quais está a Campanha do Egito. Nessa empreitada um exército comandado por Napoleão tenta conquistar o Egito, na época sob domínio inglês, com o objetivo tirar da Inglaterra o controle do comércio de especiarias orientais. Durante as batalhas, alguns soldados franceses encontraram uma pedra muito antiga contendo inscrições em hieróglifo, demótico e grego. Graças ao estudo dessa pedra (a Pedra de Roseta) foi possível decifrar o hieróglifo, a língua falada pelo Antigo Egito, que na época já estava morta. Graças à Pedra de Roseta hoje conhecemos a história daquela grande civilização.

O reconhecimento de Napoleão era tão grande, que em 09 de novembro de 1799, apoiado pelo exército e pela alta burguesia ele faz um Golpe de Estado, fecha o Diretório e cria um novo regime político – o Consulado. Esse Golpe de Estado ficou conhecido pelo nome de Golpe do 18 Brumário.


O Consulado

O Consulado foi praticamente uma ditadura. Havia três Cônsules - Roger Ducos, Emanuel Sieyès e o próprio Napoleão. Porém, apenas Napoleão tinha direitos decisórios. Todas as leis e medidas governamentais tinham que ser aprovadas por ele. Mesmo assim, a França conheceu um período de grande progresso e estabilidade, graças às medidas adotadas nessa fase:

· Foi criado o Banco da França e uma nova moeda, o Franco.

· Novas tarifas alfandegárias entraram em vigor, fortalecendo a indústria nacional.

· A educação pública foi fortalecida e várias escolas foram construídas.

· O governo confiscou os bens da Igreja Católica e passou a escolher os seus membros, como por exemplo os Bispos.

· Centenas de obras foram feitas dando trabalho a milhares de desempregados.

· Napoleão escreveu os Códigos Civil e Penal, que até hoje estão em vigor na França.

Em 1804, as medidas tomadas pelo Consulado já tinham transformado o país que se fortaleceu economicamente e se reorganiza socialmente. Confiante de seu governo, Napoleão promove um plebiscito para o restabelecimento da monarquia na França, e, no mesmo ano, é coroado rei da França, na Catedral de Notre-Dame.


O Império Napoleônico

O Império de Napoleônico se estende de 1804 a 1814.

Durante esse período, a França enfrenta várias coligações de países estrangeiros que inutilmente tentaram invadi-la. Como contrapartida Napoleão inicia um processo de expansão territorial, conquistando praticamente todos os países da Europa.

As conquistas feitas por Napoleão foram resultado de inúmeros fatores, o uso de equipamentos e armamentos moderno, como o telégrafo óptico, ou as armas menores e padronizadas (o que facilitava a reposição de peças a qualquer momento); o surgimento de tropas civis, aumentando o contingente de soldados, e por fim, o emprego de novas concepções de combates e estratégias militares até então ignoradas pelos generais.

Napoleão acreditava no enfrentamento e destruição das forças inimigas a qualquer custo, para tanto ignorava a neutralidade das nações que estivessem no seu caminho e pudessem atrapalhá-lo, e utilizava a guerra como mais um instrumento para impor seus projetos políticos.

A fim de obter maior velocidade de suas tropas, subdividiu o exército em grupos menores e mais rápidos que pretendiam ora bloquear rotas de fuga dos inimigos, ora impedir seu suprimento de armas e alimentos. Com sua ousadia, Napoleão tornou o exército francês invencível, impondo às populações dominadas a obrigação de fornecer às tropas francesas alimentos, hospedagem e outros suprimentos básicos para a manutenção de seu poderio. Assim, a França garantia um exército sempre muito bem equipado e disposto, com um custo mínimo.

A eficácia dessa tática era tão grande que rapidamente quase toda a Europa caiu sob domínio francês. Foi então que Napoleão implantou uma nova política econômica externa chamada de Bloqueio Continental.

Segundo essa política, os países sob domínio francês estavam proibidos de comerciar com a Inglaterra. O objetivo era fortalecer a indústria francesa, ao mesmo tempo em que aniquilava a economia inglesa.

Inicialmente o Bloqueio Continental foi eficaz, mas como a indústria francesa não tinha capacidade de abastecer o mercado europeu, os países começaram a tentar se libertar do jugo napoleônico.

Em 1812, a Rússia decide reabrir seus portos aos ingleses. Napoleão prepara então um exército de cerca de 600 mil soldados para invadir Moscou.

Como sempre, as tropas francesas foram para a Rússia carregando poucas armas e mantimentos, porém o general russo implementa uma contra-ofensiva chamada de terra arrasada – enquanto as batalhas estavam concentradas nas cidades vizinhas a Moscou, toda a capital russa foi esvaziada, e em seguida completamente destruída. Os prédios foram incendiados, os mantimentos levados pela população, os animais que não puderam ser carregados, foram mortos.

Quando o exército francês chegou a Moscou, ainda de noite, só encontrou destruição. Os soldados não tinham alimentos suficientes, nem abrigos para se protegerem do frio que aumentava durante a noite, pois era inverno na Rússia, com temperaturas que chegavam a 30 graus negativos.

Napoleão, que estava com os soldados em Moscou, não teve outra alternativa senão ordenar a retirada do exército Francês. A volta para a França, durante o inverno, significou a morte de mais de 500 mil soldados.

Após essa derrota, uma nova coligação estrangeira, comandada pela Inglaterra se organiza, conseguindo enfim invadir Paris e prender Napoleão, que é exilado na ilha de Elba, em 1814.


A França Pós-Napoleão

Com a prisão de Napoleão a França volta a viver crise econômica sob a dinastia dos Bourbons, com Luís XVIII. Por isso, a burguesia e o exército se unem e planejam o retorno de Napoleão, em 1815.

Quando os boatos da fuga de Napoleão, chegam a Paris, Luís XVIII foge da França.

Começa o chamado “Governo dos Cem Dias” de Napoleão.

Ele tenta reorganizar o exército francês e restabelecer o Bloqueio Continental, mas a França já não era a mesma. Todos estavam cansados das guerras, e os melhores soldados já tinham morrido nas batalhas anteriores. Quando Napoleão enfrenta a Coligação comandada pela Inglaterra, na Bélgica – na chamada Batalha de Waterloo, já imaginava que iria perder.

A nova derrota de Napoleão significou o fim do Império Napoleônico.

Napoleão é preso e desta vez enviado para uma ilha no Atlântico Sul – a Ilha de Santa Helena, pertencente à Inglaterra, onde morre em 1821.



sábado, 26 de maio de 2007

Questões sobre a Revolução Industrial

1. "A criação de um proletariado despossuído, (...) cultivadores vítimas de expropriações violentas repetidas, foi necessariamente mais rápida que sua absorção pelas nascentes manufaturas. (...) Forma-se uma massa de mendigos, ladrões e vagabundos. Desde o final do século XV e durante todo o século XVI na Europa Ocidental foi criada uma legislação sanguinária contra o ócio. Os pais da atual classe operária foram castigados por terem sido reduzidos à situação de vagabundos e pobres. A legislação os tratava como criminosos voluntários; ela pressupunha que dependia de seu livre arbítrio continuar a trabalhar como antes."
MARX, Karl. O Capital. Paris, Garnier-Flamarion, 1969.

As transformações econômicas e sociais costumam gerar profundas alterações no chamado "mundo do trabalho". A situação apontada por Marx refere-se ao processo histórico

a) Das revoltas operárias, como o ludismo, voltadas à destruição das máquinas e à exploração por elas causada.
b) Do cercamento dos campos (quando a Inglaterra substitui a produção de alimentos pela criação de ovelhas), com o deslocamento de um grande contingente de despossuídos da sua área rural de origem.
c) Da Revolução Industrial, quando os criminosos eram expulsos das fábricas e proibidos de trabalhar em outra ocupação, pela legislação vigente.

2."Na Idade Média, o sistema de produção baseava--se na cooperação."

Dentre as características desse sistema de produção, o artesanato, destaca-se:

a) Nesse período, não havia separação entre o capital e o trabalho, pois o artesão era o dono das suas ferramentas, determinava o ritmo e forma da produção e era dono do produto final.
b) Na Alta Idade Média, a produção destinava-se a um mercado em constante expansão por causa da conquista do continente americano.
c) Para aumentar a produção, nesse período aparece a divisão social do trabalho, na qual cada artesão fazia apenas uma pequena parte do trabalho total.

3. A Revolução Industrial, que transformou profundamente a ordem econômica mundial, teve origem na Inglaterra, relacionada com:

a) O fim da hegemonia marítima inglesa.
b) O uso do vapor como energia nas fábricas.
c) O fortalecimento do movimento socialista.

4. Qual das invenções técnicas abaixo não faz parte da Primeira Revolução Industrial:

a) Tear mecânico de Cartwright;
b) Máquina a vapor de James Watt.
c) Motor a explosão de Daimler-Benz;

5. A Primeira Revolução Industrial, iniciada em fins do século XVIII (1750), provocou várias transformações na sociedade européia, tais como:

a) Surgimento do operariado – fortalecimento do controle político das metrópoles sobre suas colônias
b) Difusão dos princípios revolucionários liberais – melhoria das condições de vida e trabalho no meio urbano
c) Transferência do centro econômico das áreas rurais para as urbanas – Surgimento do operariado.

6. Um fator decisivo para o desenvolvimento da Revolução Industrial na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII (1750), foi:

a) A união da nobreza e burguesia inglesa para promover a expansão territorial inglesa na Europa.
b) A crescente expansão comercial inglesa no mundo, que possibilitou um grande acúmulo capital nas mãos da burguesia inglesa.
c) O incentivo à inovação tecnológica como resultado da ação dos ludistas que destruíram as máquinas consideradas obsoletas.

7. "Na Idade Moderna, até por volta de 1760, a manufatura foi característica do sistema de produção. A partir de 1760, aproximadamente, inicia-se a era da grande indústria." - Carlos Guilherme Mota

Dentre as características dos dois sistemas de produção citados no texto, respectivamente, destacamos:
a) Até 1760, já se observa uma divisão social do trabalho preliminar; Após 1760, o uso da máquina leva ao extremo a separação entre o capital e o trabalho.
b) Até 1760, o controle da produção ainda é feita pela nobreza, após 1760, a produção é controlada pela burguesia.
c) Durante a primeira fase da Revolução Industrial surgem as associações de comerciantes, Trade Unions; na segunda fase, temos os artesão se transformam em operários.

8. Após 1850, o desenvolvimento industrial deu um grande salto tecnológico, com o uso do petróleo e da eletricidade como fontes de energia. Sobre esse período está ERRADO afirmar que:

a) Houve o crescimento das cidades, algumas chegando a se tornar grandes metrópoles como Londres e Paris.
b) O Estado passou a controlar todo processo produtivo, nos países industrializados.
c) O crescimento do comércio e a produção em grande escala, fez surgir na atualidade uma sociedade consumista.

9. A Segunda Revolução Industrial ocorrida no século XIX, a partir de 1850, pode ser caracterizada pelo grande desenvolvimento em três aspectos apontados corretamente na alternativa:

a) Indústria têxtil - Energia a vapor - Metalurgia.
b) Mecanização da agricultura - Transportes - Metalurgia
c) Indústria química - Siderurgia - Eletricidade

10. Foi na Inglaterra que surgiram as primeiras grandes manufaturas, monopolizando o comércio internacional, durante décadas. Também foi o primeiro país a entrar na Era Industrial. Sobre o pioneirismo tecnológico inglês, podemos afirmar:

I. Foi possível porque a Inglaterra tinha grandes reservas de carvão e ferro em seu subsolo.
II. Havia uma grande quantidade de desempregados nas cidades inglesas, que se transformaram em mão-de-obra barata nas indústrias e minas do país.
III. A nobreza inglesa investiu durante décadas na industrialização do país, pois pretendia acabar com os privilégios políticos e econômico que a burguesia havia conquistado durante a Revolução Inglesa de 1640.

Estão corretas:

a) I e II
b) I e III
c)I e III

11. Ao longo da evolução tecnológica da humanidade, as condições de trabalho e as relações entre operários e patrões sofreram inúmeras transformações. É errado dizer sobre essas condições de trabalho:

a) Na Idade Média, o artesão conhecia todas as etapas do processo produtivo, sendo ele próprio responsável pela compra da matéria-prima, fabricação do produto e sua venda.
b) Na Inglaterra, até o início do século XIX, o trabalho infantil era comum, pois além de receberem salários menores e trabalharem mais de 15 horas diariamente, as crianças quase nunca reclamavam das condições de trabalho.
c) Na atualidade, as conquistas obtidas pelos movimentos sociais acabou com a exploração do trabalho infantil e com os trabalhos realizados em condições desumanas.

12. A chamada Revolução Industrial foi um processo iniciado na Inglaterra que provocou transformações sociais e tecnológicas. Sobre a Revolução Industrial Inglesa, indique o que está ERRADO:

a) Substituiu a energia humana pela força motriz, o artesanato pela produção fabril.
b) Marcou a definitiva separação entre capital e trabalho, entre burguesia e proletariado.
c) Caracterizou-se por uma sensível melhoria nas condições de vida dos trabalhadores em termos de oportunidades e salários.

13. O início da Era Industrial ficou conhecido como a fase do Capitalismo Selvagem, pois:

a) Ao lado da riqueza da burguesia e do progresso industrial, estava a miséria da maioria da população, o proletariado.
b) As máquinas nessa época, por serem muito rudimentares, vivam quebrando, provocando grandes prejuízos aos capitalistas.
c) Grandes áreas de florestas e bosques foram totalmente destruídos para fornecerem madeira e carvão para as indústrias.

14. Com a Revolução Industrial surgiu na Europa um conjunto de transformações sociais e econômicas. Sobre este período é FALSO afirmar:

a) Com a revolução aconteceu um grande crescimento urbano, com cidades como Londres, possuindo um grande número de habitantes.
b) Um dos grandes fatores do pioneirismo inglês recaiu no fato da Inglaterra ter sido a que mais acumulou capital durante a Idade Moderna.
c) A Revolução Industrial, apesar de trazer grande desenvolvimento econômico, não colaborou para a ascensão da Inglaterra à condição de grande potência mundial.

15. Sobre a Revolução Industrial a alternativa FALSA é:

a) Provocou uma crescente urbanização.
b) Teve início com o mercantilismo, responsável pela conquista européia sobre a África, Ásia e América.
c) Desenvolveu-se a produção em massa, como também uma grande divisão do trabalho.

16. Principalmente a partir da Segunda Fase da Revolução Industrial, 1850, houve um intenso processo de urbanização na Europa. Sobre esse processo de urbanização podemos afirmar que:

I. Nos grandes centros urbanos surgiram favelas, que tinham uma infra-estrutura precária, e eram conhecidas como áreas muito violentas das cidades.
II. A redistribuição de riquezas, graças aos avanços tecnológicos, fez desaparecer os problemas sociais, nas grandes metrópoles.
III. A utilização de novas fontes de energia como a eletricidade, permitiu melhorias na infra-esturtura de muitas cidades, como a implantação da iluminação pública (das ruas), e a instalação de bondes elétricos.

Estão corretas:

a) I e II.
b) I e III
c) II e III

17. O início do séc. XIX, foi marcado pela ocorrência de vários movimentos sociais. Sobre esses movimentos podemos afirmar:

a) O Ludismo foi o nome dado a uma série de revoltas de operários ingleses que invadiam, destruíam e incendiavam fábricas, em protesto contra as péssimas condições de vida e trabalho à quais estavam submetidos.
b) Trade Unions eram manifestações políticas de ricos burgueses que exigiam do governo inglês o estabelecimento de monopólios sobre produtos industrializados produzidos pela Inglaterra.
c) Cartismo eram manifestações organizadas pelos operários americanos a favor da eleição de James Carter (Jimmy Carter) para o cargo de presidente dos EUA.

18. Acerca da Revolução Industrial, é FALSO afirmar:

a) Iniciou na Inglaterra no final do século XVIII, e no seguinte, espalhou-se por outros países de Europa continental, EUA e Japão
b) Não alterou as relações sociais da época já que a produção restringiu-se apenas aos pequenos centros urbanos que existiam.
c) Os avanços tecnológicos e a produção mecanizada foram decisivos para o processo de enriquecimento dos países industrializados.

19. Relacione as colunas e indique a alternativa CORRETA:

1. Liberalismo
2. Comunismo
3. Anarquismo
4. Capitalismo
5. Imperialismo


( ) Conjunto de doutrinas que defende a organização de uma sociedade sem nenhuma forma de autoridade imposta, como o Estado a Família ou a Igreja. Pois essas autoridades impedem os indivíduos de usufruir liberdade plena".
( ) "Dominação de um país sobre outros, através da conquista territorial, ou pelo controle de suas economias, ou ainda pela influência em seus sistemas políticos".

A alternativa correta é:

a) 3 - 4
b) 3 - 5
c) 2 - 4


20. Não há uma doutrina específica que defenda o Capitalismo, pois esse sistema político-econômico foi sendo construído ao longo do tempo, a partir da adaptação da sociedade às novas condições políticas e sociais do mundo Moderno e Contemporâneo. Mesmo assim, o pensamento de alguns cientistas sociais e filósofos influenciaram as decisões de capitalistas e governantes.

Abaixo estão colunas que tratam do pensamento de alguns desses pensadores. Relacione-as:

  1. Adam Smith.
  2. David Ricardo.
  3. Thomas Malthus.

( ) Acreditava que o rápido crescimento populacional poderia provocar graves problemas sociais, pois a população mundial crescia tão rapidamente que a produção agrícola seria incapaz de alimentar a humanidade.
( ) Definiu a diferença entre preço e valor das mercadorias. O valor passou a ser visto como o capital que deveria ser investido na produção de uma mercadoria.
( ) Acreditava no individualismo e dizia que cada cidadão buscando fazer o melhor para si, acabava beneficiando toda a sociedade.
( ) Defendia a idéia de que o Estado não deveria intervir na economia, pois apenas a livre-concorrência seria capaz de definir os melhores preços e condições de compra e venda dos produtos.
( ) Afirmava que para ter lucro o capitalista deveria pagar um salário mínimo aos seus operários.
( ) Dizia que a miséria e a fome era resultado do crescimento populacional das camadas mais pobres da sociedade, por isso o Estado não deveria ter ações de assistência aos pobres, evitando que a população aumentasse ainda mais.

A seqüência correta é:

a) 3 – 2 – 1 – 1 – 2 – 3
b) 3 – 1 – 2 – 3 – 1 – 2
c) 3 – 2 – 1 – 3 – 1 – 3



Veja mais sobre esse tema em:

Fases da Revolução Industrial

Sociedade Industrial


domingo, 20 de maio de 2007

A Era Industrial

A evolução tecnológica da humanidade

A revolução industrial que teve seu início por volta de 1750 com o surgimento das máquinas a vapor, na Inglaterra, foi mais uma etapa da evolução tecnológica da humanidade.

Podemos dividir essa evolução tecnológica em três etapas:

· A primeira fase foi a do artesanato, na qual cada artesão era dono de suas ferramentas, controlava o ritmo da produção e determinava o valor final de cada produto.

· A Segunda fase acontece no final da Idade Média, quando surgiram as primeiras manufaturas. Agora os capitalistas controlavam o processo produtivo, eram os donos das fábricas, determinavam o ritmo da produção e o valor final das mercadorias. Aos trabalhadores cabia apenas o recebimento de um salário mensal.

· A partir de meados do séc XVIII, a história da humanidade entra na Terceira fase, a Era Industrial.

Fases da Revolução Industrial

A partir de 1750 a Inglaterra cria a máquina a vapor e dá um grande salto no desenvolvimento tecnológico (Primeira Fase da Revolução Industrial).

Quatro fatores determinaram o pioneirismo inglês:

Seu subsolo possuía grandes reservas de carvão mineral – o carvão era a principal fonte de energia das novas fábricas.

Havia ainda as grandes reservas de minério de ferro, material usado na construção das máquinas.

Uma grande quantidade de desempregados vivendo nas cidades inglesas, podiam ser usados como mão-de-obra barata;

E por fim a burguesia inglesa havia acumulado muito capital, podendo investi-lo na construção de grandes fábricas.

A Revolução Industrial tornou a Inglaterra a maior potência econômica do séc. XVIII. Porém a riqueza estava concentrada nas mãos de uma minoria, a burguesia, que ostentava uma vida de luxo e mordomias.

A maioria do povo inglês ao contrário era miserável. Recebia salários irrisórios, e mesmo crianças eram empregadas nas mais diversas atividades sendo submetidas a longas jornadas de trabalho que duravam em média 15 horas diárias.Os capitalistas preferiam contratar mulheres e crianças, pois seus salários eram mais baixos do que os salários de homens adultos.

Apesar de toda injustiça social, a Primeira Fase da Revolução Industrial foi marcada por descobertas e invenções extraordinárias como do trem e o navio a vapor.

Por volta de 1850, o mundo passa a viver a Segunda fase da Revolução Industrial, caracterizada pelo uso de novas fontes de energia como o petróleo e a eletricidade. As máquinas se tornam cada vez mais automatizadas e o nível de consumo das pessoas mais pobres também aumentam.

A partir de meados do século XX, a humanidade entrou (segundo alguns pesquisadores), na Terceira Fase da Revolução Industrial. Esse período que se estende até os dias atuais sendo marcado pelo uso de computadores e o desenvolvimento da robótica. Também foi no séc. XX, que o movimento sociais se fortaleceram garantindo aos trabalhadores a conquista de inúmeros direitos sociais.

Embora o nível de vida das populações venham melhorando progressivamente, a industrialização mundial foi incapaz de acabar com antigos problemas sociais como: a fome, a miséria, os preconceitos. Além disso, a exploração irracional e desenfreada dos recursos naturais em nome da satisfação pessoal e do consumo, tem posto em perigo a própria vida na Terra.

Assim, é importante que paremos para refletir sobre as conquistas alcançadas pela humanidade, e os desafios para o futuro próximo.

A Sociedade Industrial

A Revolução industrial não foi apenas um avanço tecnológico. A invenção das máquinas a vapor modificou também as relações de trabalho e os valores morais e éticos, que até o século XVIII orientaram o convívio social.

O primeiro impacto que a maquinofatura provocou foi a transformação do artesão em operário. Como artesão o trabalhador conhecia todas as etapas do processo produtivo, determinava o ritmo do seu trabalho e o valor do seu produto.

Como operário o trabalhador recebe apenas pelas horas que trabalha, não conhece todas as etapas do processo produtivo (é alienado, segundo Marx), o ritmo de sua produção é definido pelo dono da fábrica, assim como o valor do produto final. Por fim, os salários dos operários são muito inferiores aos valores dos produtos que ele fabrica, e esses lucros, ficam sempre nas mãos dos capitalistas. Para Marx essa apropriação do lucro por parte dos capitalistas é chamada de mais-valia.

O segundo impacto que a industrialização provocou foi de caráter social: a pobreza. Mesmo com o crescimento do consumo, as indústrias nunca conseguiram empregar uma quantidade de trabalhadores suficiente para acabar com o desemprego. Por isso, desde o séc. XVIII, a miséria e a fome são os problemas mais graves e freqüentes nas grandes cidades.

Nos séculos XVIII e XIX, as condições de vida e trabalho dos operários eram muito precárias. Cidades como Londres chegavam a ter cerca de 4 milhões de habitantes, sendo a grande maioria miserável vivendo em condições sub-humanas. Ao redor das áreas industriais dessas cidades, surgiram favelas, sem saneamento básico, ruas calçadas ou infra-estrutura social. Tal como nas favelas da atualidade, nesses bairros pobres imperava a violência.

Oprimidos e explorados, no início do séc. XIX, os operários começaram a se organizar em movimentos de revolta contra a industrialização – invadiam as fábricas, destruíam as máquinas e muitas vezes incendiavam os prédios. Como algumas dessas revoltas foram lideradas por um trabalhador chamado Ned Ludd, esses movimentos passaram a ser conhecidos como LUDISMO.

A repressão ao ludismo foi violenta, mas com medo da força dos trabalhadores os capitalistas tomaram as primeiras medidas em favor do proletariado - deixaram de reduzir excessivamente os salários.

Percebendo a força que tinham ao se unirem, no séc. XX os operários começaram a formar associações chamadas de Trade Unions que foram os primeiros sindicatos.

Organizados, os operários começaram a se fortalecer e passaram a fazer greves exigindo melhores condições de vida e trabalho. Foram inúmeras as vitórias obtidas: diminuição da jornada de trabalho; proibição do trabalho infantil, aumento dos salários, entre outras.

A partir de 1830, os operários começaram também a exigir o direito de voto dos homens, esse movimento em favor dos direitos políticos foi conhecido como Cartista. Embora o movimento fosse se fortalecendo, apenas em 1867, o voto foi estendido a todos os homens, independente da sua riqueza.

As Novas Doutrinas Sociais

A luta dos operários inspirou vários cientistas sociais, filósofos e economistas que tentaram explicar a sociedade industrial que estava surgindo. Os principais pensadores sociais e suas teorias acabaram sendo agrupados em basicamente cinco doutrinas sociais:

O Socialismo Utópico

Essa doutrina pretendia criar uma sociedade igualitária, ou pelo menos mais justa e harmoniosa. Alguns dos pensadores que defendiam o Socialismo Utópico foram Saint-Simon, Pierre-Joseph Proudhon e Robert Owen.

Owen era um empresário rico, e criou uma fábrica modelo com jornada de trabalho de 10 horas, construiu creches e enfermarias para os operários, entre outras melhorias nas condições de trabalho. Porém Owen gastou tanto com seus projetos sociais que fico descapitalizado e incapaz de enfrentar a concorrência da época, acabando por ir à falência.

Socialismo Científico

Proposto por Karl Marx e Engels essa doutrina queria o fim da propriedade privada, pregava que os operários deveriam tomar o poder através de uma revolução e aos poucos construir uma nova sociedade, na qual as terras e as fábricas pertenceriam a todos. Acreditavam que o Estado deveria planejar o crescimento e a distribuição de riquezas, a fim de acabar definitivamente com a miséria.

Os pensamentos de Marx inspiraram a Revolução Russa de 1917.

O Anarquismo

Era contrário à existência da propriedade privada e do Estado, os anarquistas acreditavam que os homens conscientemente poderiam conviver em harmonia. Alguns anarquistas eram contrários a qualquer manifestação de poder como o Estado, a Igreja e até mesmo a família. Outros só aceitavam a organização dos trabalhadores em sindicatos, e outros defendiam ainda uma sociedade agrária igualitária. Os maiores defensores do anarquismo foram Bakunin e Proudhon

O Socialismo Cristão

Foi um pensamento defendido por membros da Igreja Católica, que acreditavam que capitalistas e operários deveriam chegar a acordos que favorecessem os interesses dos dois grupos. Para alcançar essa harmonia, defendiam a intervenção do Estado e a criação de uma legislação trabalhista.

O Capitalismo

O Capitalismo acabou prevalecendo sobre as demais doutrinas. Ele defende a propriedade privada, a busca por lucro, o individualismo, e a economia baseada no mercado, ou seja, no valor de troca que cada produto possui, inclusive a força de trabalho.

Nos séc. XVIII e XIX alguns pensadores se destacaram por defender o capitalismo:

Adam Smith

Defendia a livre concorrência e o individualismo, afirmando que ao buscar o melhor para si, cada um estaria promovendo o bem de todos. Por isso, o Estado deveria intervir o mínimo possível na sociedade.

Thomas Malthus

Acreditava que os problemas sociais eram causados pelo grande crescimento populacional. Como a maioria da população era pobre, e as famílias carentes tinham muitos filhos, eram os trabalhadores os culpados pela sua própria miséria. A única forma de conter o crescimento populacional eram as epidemias, guerras e desastres naturais como os terremotos, que matavam milhares de pessoas em um curto espaço de tempo.

Além disso, Malthus criticava a distribuição de renda, ou ações governamentais para diminuir os problemas sociais como a fome e as doenças, pois isso levaria ao crescimento ainda mais rápido da população.

David Ricardo

Foi um economista muito respeitado, afirmava que valor era diferente de riqueza. O valor era a quantidade de tempo trabalhado para produzir uma mercadoria. Assim o tempo deveria ser curto, e o salário pago ao trabalhador deveria ser o mínimo possível, para garantir o lucro sobre o produto. Dessa maneira o pensamento de Ricardo justificava as desigualdades sociais.

A sociedade capitalista da atualidade continua se sustentando nos princípios lançados nos séc. XVIII e XIX, ou seja, o individualismo, a busca pelo lucro, o respeito à propriedade privada. Mas os graves problemas causados pelas diferenças sociais, e a luta dos trabalhadores pela construção de uma sociedade mais justa, levou o Capitalismo a se adaptar às necessidades do mundo Contemporâneo. O Estado na atualidade tem o papel primordial de garantir a todos os cidadãos direitos iguais à vida, à segurança e à busca da felicidade pessoal, mas todos têm a consciência de que esses ideais só serão alcançados em uma nova sociedade mais espiritualizada e menos consumista.

As aulas desse assunto estão em:

Fases da Revolução Industrial

Sociedade Industrial

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Revolução Industrial


É impossível pensar na atualidade sem o conforto e a praticidade que a Revolução Industrial nos possibilitou!! Viver em uma cidade sem carro, telefone, computador, som, TV, avião, eletricidade, nem pensar!!!!
Tudo que está ao nosso redor hoje é fruto dos avanços tecnológicos da humanidade!!! Mesmo assim, em pleno século XXI, milhares de pessoas pelo mundo afora, vivem sem muitas dessas invenções, aliás "vivem" até sem comida sufuciente!!!! Quantos agricultores estão agora mesmo no interior do Brasil, sem uma simples geladeira para guardar seus alimentos? Quantas milhares de pessoas nunca utilizaram um computador, nem têm acesso a tantas outras novidades tecnológicas....
Pois é... a industrialização transformou o mundo, mas não alcançou todas as pessoas, mesmo assim influencia suas vidas, enchendo de sonhos e desejos o imaginário de todos os que andam na face da Terra!!
É por ai que temos que pensar a realidade que nos cerca: uma colcha de retalhos muito mal alinhavados....

Veja mais sobre esse tema em:

Fases da Revolução Industrial
Sociedade Industrial