terça-feira, 14 de agosto de 2007

Governo de Napoleão

Napoleão nasceu em 1769, na ilha de Córsega, localizada entre a França e a Itália. Sua família pertencia à nobreza decadente da região. Seu pai passando por dificuldades financeiras e não vislumbrando outra opção, interna Napoleão na escola militar de Brienne.

Quando Napoleão tinha apenas 20 anos, estoura a Revolução Francesa e como todos os outros estudantes é enviado para os campos de batalha. Nessas ocasiões ele se destaca pela enorme capacidade de elaborar estratégias de combate e rapidamente chega ao posto de general, com apenas 27 anos.

Além de grande estrategista, Napoleão conquista a admiração e apoio de seus subordinados, pois vai para os confrontos ao lado os soldados, arriscando também sua vida.

Durante o período revolucionário algumas batalhas tornam Napoleão nacionalmente reconhecido, entre as quais está a Campanha do Egito. Nessa empreitada um exército comandado por Napoleão tenta conquistar o Egito, na época sob domínio inglês, com o objetivo tirar da Inglaterra o controle do comércio de especiarias orientais. Durante as batalhas, alguns soldados franceses encontraram uma pedra muito antiga contendo inscrições em hieróglifo, demótico e grego. Graças ao estudo dessa pedra (a Pedra de Roseta) foi possível decifrar o hieróglifo, a língua falada pelo Antigo Egito, que na época já estava morta. Graças à Pedra de Roseta hoje conhecemos a história daquela grande civilização.

O reconhecimento de Napoleão era tão grande, que em 09 de novembro de 1799, apoiado pelo exército e pela alta burguesia ele faz um Golpe de Estado, fecha o Diretório e cria um novo regime político – o Consulado. Esse Golpe de Estado ficou conhecido pelo nome de Golpe do 18 Brumário.


O Consulado

O Consulado foi praticamente uma ditadura. Havia três Cônsules - Roger Ducos, Emanuel Sieyès e o próprio Napoleão. Porém, apenas Napoleão tinha direitos decisórios. Todas as leis e medidas governamentais tinham que ser aprovadas por ele. Mesmo assim, a França conheceu um período de grande progresso e estabilidade, graças às medidas adotadas nessa fase:

· Foi criado o Banco da França e uma nova moeda, o Franco.

· Novas tarifas alfandegárias entraram em vigor, fortalecendo a indústria nacional.

· A educação pública foi fortalecida e várias escolas foram construídas.

· O governo confiscou os bens da Igreja Católica e passou a escolher os seus membros, como por exemplo os Bispos.

· Centenas de obras foram feitas dando trabalho a milhares de desempregados.

· Napoleão escreveu os Códigos Civil e Penal, que até hoje estão em vigor na França.

Em 1804, as medidas tomadas pelo Consulado já tinham transformado o país que se fortaleceu economicamente e se reorganiza socialmente. Confiante de seu governo, Napoleão promove um plebiscito para o restabelecimento da monarquia na França, e, no mesmo ano, é coroado rei da França, na Catedral de Notre-Dame.


O Império Napoleônico

O Império de Napoleônico se estende de 1804 a 1814.

Durante esse período, a França enfrenta várias coligações de países estrangeiros que inutilmente tentaram invadi-la. Como contrapartida Napoleão inicia um processo de expansão territorial, conquistando praticamente todos os países da Europa.

As conquistas feitas por Napoleão foram resultado de inúmeros fatores, o uso de equipamentos e armamentos moderno, como o telégrafo óptico, ou as armas menores e padronizadas (o que facilitava a reposição de peças a qualquer momento); o surgimento de tropas civis, aumentando o contingente de soldados, e por fim, o emprego de novas concepções de combates e estratégias militares até então ignoradas pelos generais.

Napoleão acreditava no enfrentamento e destruição das forças inimigas a qualquer custo, para tanto ignorava a neutralidade das nações que estivessem no seu caminho e pudessem atrapalhá-lo, e utilizava a guerra como mais um instrumento para impor seus projetos políticos.

A fim de obter maior velocidade de suas tropas, subdividiu o exército em grupos menores e mais rápidos que pretendiam ora bloquear rotas de fuga dos inimigos, ora impedir seu suprimento de armas e alimentos. Com sua ousadia, Napoleão tornou o exército francês invencível, impondo às populações dominadas a obrigação de fornecer às tropas francesas alimentos, hospedagem e outros suprimentos básicos para a manutenção de seu poderio. Assim, a França garantia um exército sempre muito bem equipado e disposto, com um custo mínimo.

A eficácia dessa tática era tão grande que rapidamente quase toda a Europa caiu sob domínio francês. Foi então que Napoleão implantou uma nova política econômica externa chamada de Bloqueio Continental.

Segundo essa política, os países sob domínio francês estavam proibidos de comerciar com a Inglaterra. O objetivo era fortalecer a indústria francesa, ao mesmo tempo em que aniquilava a economia inglesa.

Inicialmente o Bloqueio Continental foi eficaz, mas como a indústria francesa não tinha capacidade de abastecer o mercado europeu, os países começaram a tentar se libertar do jugo napoleônico.

Em 1812, a Rússia decide reabrir seus portos aos ingleses. Napoleão prepara então um exército de cerca de 600 mil soldados para invadir Moscou.

Como sempre, as tropas francesas foram para a Rússia carregando poucas armas e mantimentos, porém o general russo implementa uma contra-ofensiva chamada de terra arrasada – enquanto as batalhas estavam concentradas nas cidades vizinhas a Moscou, toda a capital russa foi esvaziada, e em seguida completamente destruída. Os prédios foram incendiados, os mantimentos levados pela população, os animais que não puderam ser carregados, foram mortos.

Quando o exército francês chegou a Moscou, ainda de noite, só encontrou destruição. Os soldados não tinham alimentos suficientes, nem abrigos para se protegerem do frio que aumentava durante a noite, pois era inverno na Rússia, com temperaturas que chegavam a 30 graus negativos.

Napoleão, que estava com os soldados em Moscou, não teve outra alternativa senão ordenar a retirada do exército Francês. A volta para a França, durante o inverno, significou a morte de mais de 500 mil soldados.

Após essa derrota, uma nova coligação estrangeira, comandada pela Inglaterra se organiza, conseguindo enfim invadir Paris e prender Napoleão, que é exilado na ilha de Elba, em 1814.


A França Pós-Napoleão

Com a prisão de Napoleão a França volta a viver crise econômica sob a dinastia dos Bourbons, com Luís XVIII. Por isso, a burguesia e o exército se unem e planejam o retorno de Napoleão, em 1815.

Quando os boatos da fuga de Napoleão, chegam a Paris, Luís XVIII foge da França.

Começa o chamado “Governo dos Cem Dias” de Napoleão.

Ele tenta reorganizar o exército francês e restabelecer o Bloqueio Continental, mas a França já não era a mesma. Todos estavam cansados das guerras, e os melhores soldados já tinham morrido nas batalhas anteriores. Quando Napoleão enfrenta a Coligação comandada pela Inglaterra, na Bélgica – na chamada Batalha de Waterloo, já imaginava que iria perder.

A nova derrota de Napoleão significou o fim do Império Napoleônico.

Napoleão é preso e desta vez enviado para uma ilha no Atlântico Sul – a Ilha de Santa Helena, pertencente à Inglaterra, onde morre em 1821.